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sábado, 17 de maio de 2008

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Realmente um ovo bem "fusca" quero dizer frito.

Comparações





Comparamos as duas gerações do modelo mais querido da VW Galeria de Fotos

Comparar o incomparável? Sim, foi o que fizemos. Hoje o AutoDiário avaliou duas diferentes gerações do carro que é o alicerce da história da VW. Primeiramente avaliamos o New Beetle 2006 (pós-facelift), e logo em seguida apreciamos um raro exemplar dos antigos modelos – Série Ouro 1996.
E pudemos comprovar que o ponto alto do modelo continua mais atual do que nunca: carisma. Avaliação subjetiva, dirá o leitor. Tentamos avaliá-los sem a paixão que o editor têm pelos modelos. Já avisamos que caso não goste do barulho dos motores boxer a ar do modelo antigo, troque a palavra “ronco” por “ruido” na leitura do texto. Boa leitura.

História
O modelo nasceu a pedido de Hitler, que gostaria de um carro popular. Pediu à Ferdinand Porsche, que se encarregou do projeto. O design, não ficou por conta dele. Notem que há uma inquestionável semelhança com os Tata, carros produzidos na Tchecoslováquia. A fábrica da Tata parou de produzir logo com a invasão alemã, pela determinação de Hitler. Após o fim da guerra a VW teve de indenizar a empresa tcheca.

Com design brilhante para seu tempo, não poderia deixar de ser um sucesso. Já a história do novo modelo não têm mais o conceito de carro popular. É um exercício de design que chegou as ruas.

O Novo

Dirigir o New Beetle é uma experiência que nada lembra o antigo, exceto pela nostalgia do design. Há diversos elementos do clássico, desde a seção com a pintura a mostra no interior, passando pela inusitada alça para o passageiro e chegando aos mostradores, com desenho típico do modelo. A dirigibilidade é impecável, os bancos e volante na posição ideal ajudam muito.
Um fato curioso é que o antigo tinha o pára-brisas muito próximo aos passageiros. Este é totalmente o oposto, e apresenta um pára-brisas muito mais distante até mesmo se comparado ao Golf, que lhe emprestou a plataforma. Por conta disto, a sensação que se tem de espaço é excelente.
Sensação única dos passageiros do banco dianteiro, diga-se de passagem. No banco traseiro, há espaço apenas para dois ocupantes. Leia-se: duas pessoas de baixa estatura. Com estatura mediana (1.75m), qualquer um já encosta a cabeça no vidro. Outro pecado é o porta-malas, que têm o tamanho de um carro compacto, ainda prejudicado pela abertura pequena. Nestes dois últimos aspectos há grande vantagem do modelo antigo.
O rodar do modelo é típico de um médio moderno, e, nisto também não lembra em nada o anterior. A absorção de ruídos no piso de calçamento é excelente, o que é raro em muitos modelos mesmo desta categoria. As rodas aro 16 e os pneus de perfil baixo não prejudicam o conforto como era de se esperar. O único senão é que poderia haver revestimento fonoabsorvente no capô, já que o modelo foi desenvolvido para privilegiar o conforto.
O motor usado é o mesmo 2.0 8v usado no Golf produzido no Brasil, atualmente denominado EA 115 pela VW. Trata-se do conhecido AP, famoso pela sua durabilidade e bom desempenho, porém com fluxo cruzado nesta versão atual.
O desempenho é satisfatório. Não é exuberante, mas cativa muito. O câmbio automático da versão avaliada, mesmo que tire um pouco do prazer ao se dirigir em estradas, permite com que o modelo faça excelentes retomadas. Porém, temos certeza de que o motor 1.8 Turbo, disponível em outros mercados, casaria ainda mais com o espírito jovem do modelo.
Os freios são excelentes, e contam com assistência ABS. Ainda no quesito segurança conta com airbag duplo de série.
O modelo avaliado, como se vê nas fotos, combinava a pintura Vermelho Salsa, com interior em couro preto. Couro de excelente qualidade, e que em nada lembra o couro “ecológico” adotado nas últimas séries especiais do Golf, produzidas no Brasil. E esta combinação, é apenas uma entre as dezenas possíveis. O método de venda do modelo permite que se encomende inclusive um modelo com interior claro, seja bege ou cinza, algo único na categoria hoje.
O preço? A VW leva cerca de seis meses para entregar o modelo, que virá com a sua cara. E custando o justo: a partir de US$ 24.590, ou seja, pouco mais de 52 mil reais, chegando a cerca de 60 mil reais, como avaliado. Mais barato que o Golf 1.6 com os mesmos itens. Graças ao dólar baixo. Em 2000 o modelo custava cerca de 76 mil reais, quase 50% mais caro que um Golf GTi. Outros tempos. Hoje o Golf mais divertido da linha não sai por menos de 88 mil reais. Pelo nível de equipamentos, o besouro é, portanto, muito competitivo. Fique atento que o preço é para o modelo a ser encomendando. Para quem quer a pronta entrega, há ágio.
Há outros excelentes médios na faixa de preço, é verdade. Todos mais espaçosos, mas sem o carisma do “besouro”. Aonde quer que se passe com ele, todos se viram para notar o modelo. E, diferentemente dos outros carros, não atrai suspiros pela sofisticação, ou pelo “status”. Atrai, sim, por conta do charme de suas curvas, que é único.
Todos que o vêem, param para simplesmente admirar seu desenho. Antes de qualquer reação, a simpatia é a primeira sensação quando se vê o modelo. Encanta, sim.

O Antigo
Após estas primeiras impressões com o novo, fomos em busca do antigo. O exemplar que avaliamos é da rara Série Ouro, ultima a ser produzida no Brasil, de 1996. O motor é 1.6, do “fuscão”. Fusquinha é a denominação extra-oficial dos motores 1200 e 1300. Esta outra é reservada aos 1500 e 1600.
O modelo é ainda agradabilíssimo no uso urbano, mesmo que desenvolvido há mais de 60 anos atrás. Possui um bom espaço e aproveitamento interno, mesmo que a posição de dirigir não seja perfeita. A alavanca de câmbio é a principal crítica, já que acaba por proporcionar deslocamentos desnecessários. Os pedais são duros, o que é característico de carros mais esportivos, assim como a fixação no chão, que voltou a ser adotada em alguns modelos.
A sensação ao dirigir o modelo é única. E muito boa, diga-se de passagem.
O motor boxer produz um agradável ronco, que só chega a incomodar no uso em rodovias. Somente em altas rotações e velocidades que este se torna um ruído.
Porém o modelo avaliado contava com alguns grandes diferenciais. O que inegavelmente aumenta o prazer.
O acabamento original das portas, em curvin, assim como os bancos, foram substituídos por outros, revestidos em couro. Com direito a “respiros”. Superior aos originais, que foram cuidadosamente guardados pelo dono. O volante original, herdado do Gol, foi substituído por um mais moderno, do mesmo modelo. Grosso e também revestido em couro, permite uma excelente pega. Mas ainda deixa alguma saudade do antigo (e enorme) volante das versões das décadas anteriores, mesmo que de ergonomia pior.
O espaço para as bagagens é superior ao novo modelo, beneficiado pelo “baú” atrás do banco traseiro, único do Fusca. Muito útil, mesmo que de difícil acesso. Um vidro basculante facilitaria muito, mas, fica pra próxima geração.
Um dos grandes destaques desse modelo é o design, também. Não há quem não conheça um Fusca. E há simpatia pelos donos do modelo. Numa manobra de estacionamento, este editor ficou espantado quando outro Fusca cedeu sua vaga para facilitar a manobra deste. É, uma destas gentilezas que acontecem só entre donos de poucos carros.
Ainda numa excelente posição nas vendas entre os modelos usados, o modelo na breve avaliação mostrou a que veio. Com um design ainda cativante, e boas qualidades para o uso urbano, não há quem não resista ao charme do modelo. Disponível somente usado, há versões de 1 mil até mesmo 20, 30 mil reais usadas. Sem contar os mais exclusivos, como o último lote de 2002. Uma unidade em bom estado não costuma custar menos de 5 mil reais. O Série Ouro não costuma ser vendido por menos de 14 mil reais.

Veredicto
Há certos designs que são insuperáveis. E o Fusca ainda é o mais marcante deles, goste o leitor, ou não. É a “coca-cola” dos carros. O Volks conseguiu essa proeza pela carroceria com formato único, que se mantém há mais de 7 décadas com a mesma identidade. Passou pro várias gerações, pela mesma maneira. Sempre com propagandas cativantes, que marcaram o modelo a um estilo de vida simples e divertido. Um velho e um antigo para o editor, por favor. Por um mundo mais simpático.

Fusca da Semana - 24/05/09

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OURO

Fusca du Negão